VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO: REVISTA HOSPITAIS BRASIL

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ANO: 2013

  1. Qual o papel do enfermeiro na higienização hospitalar?

R. Devido a sua abrangente formação profissional, o enfermeiro que trabalha no Serviço de Higienização poderá atuar em todas as interfaces deste serviço com os demais da instituição executando atividades, tais como:

  • gestão do serviço,

  • participação ativa na padronização dos produtos químicos,

  • desenvolvimento de programas de treinamento com competência para ministrá-lo aos colaboradores,

  • elaboração dos POPs (Procedimento Operacional Padrão) de processos relacionados ao serviço,

  • gestão de indicadores e de testes de novas tecnologias,

  • participação na implementação de programas de prevenção de acidentes com perfurocortantes,

  • participação no processo de seleção de candidatos,

  • realização de pesquisas que contribuam para a Gestão da Qualidade do Serviço,

  • participação em eventos relacionados,

  • realização de benchmarking com demais serviços de saúde e principalmente, estabelecimento de parcerias na instituição que valorize a multi e interdisciplinaridade com outros serviços:, como: Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), Processamento de Roupas, Gerenciamento de Risco, SESMT, Qualidade etc.

A complexidade das atividades técnicas e gerenciais exigidas e principalmente o caráter multi e interdisciplinar de decisões neste segmento, praticamente já selecionam um profissional com uma formação plural que viabilize o diálogo e embasamento técnico entre diferentes profissionais da área da saúde para seu comando, sendo o enfermeiro capaz de atender todos estes requisitos.

2.   Qual a importância da comunicação efetiva entre os diversos departamentos das instituições para padronização das ações e troca de experiências?

R. Cada vez mais multi e interdisciplinaridade tornam-se indispensáveis, afinal qual profissional é capaz de tomar decisões e delinear ações estratégicas tão bem sozinho quanto um grupo multidisciplinar?? A resposta é nenhum! A partir do momento que a consequência de uma ação executada em um determinado serviço hospitalar possa atingir direta ou indiretamente outro serviço, deve-se pensar na possibilidade de tomar as decisões em grupo. A minimização de possíveis danos causados por uma decisão precipitada e unilateral só pode ser obtida através da prevenção interfaceada, ou seja, vários olhares para o mesmo problema! Por exemplo, a escolha errada de um produto químico poderá causar danos ao meio ambiente, ao paciente, aos profissionais de saúde e visitantes. A prevenção deste dano pode se dar através de troca de experiência e pareceres de expertises de diferentes áreas, tais como: Gerenciamento de risco, SESMT, SCIH e Higiene por exemplo. O diálogo entre as áreas deve sempre prevalecer!

3.   Como escolher a empresa parceira para os serviços de higienização? O que levar em consideração?

R. Conversar e obter informações dos gestores e colaboradores de instituições que já tiveram serviços prestados pela empresa candidata, pode ser um bom começo; isto ajudará o futuro contratante a traçar um perfil inicial da empresa  pretendente, mas não basta.  Outros pontos são igualmente importantes, tais como:

  • referências técnicas e éticas,

  • situação financeira da empresa,

  • conferir se o futuro parceiro realmente cumpre com suas obrigações trabalhistas e tributárias,

  • expertise técnica nos processos exigidos em serviços de saúde e principalmente definir o que realmente se pretende desta nova empresa, definindo todos os detalhes no contrato.

É preciso atenção, pois não adianta querer pagar pouco e exigir muito. Para que não haja arrependimentos posteriores realize um check list de suas prioridades e solicite uma proposta com tudo o que considere fundamental. O erro recorrente é começar pelo preço, pois muitas empresas conseguirão atingir o patamar almejado, porém poderão deixar a desejar na qualidade, enfim, não existem milagres.

4.      Como deve ser o perfil dos profissionais que atuam na área?

R. Infelizmente, a falta de mão de obra está fazendo com que as exigências para seleção dos candidatos diminuam. Quem não abre mão de um perfil mais exigente, corre o risco de ficar com a vaga descoberta por mais tempo do que esperava ou até mesmo não conseguir preenchê-la. Caso não haja perspectiva de um bom atrativo financeiro, deve-se investir no treinamento da mão de obra já adquirida e na promoção de um clima organizacional satisfatório, com benefícios atrativos. Estamos em tempos de “vacas magras” neste segmento e para os gestores é hora de agir com criatividade para reter aqueles que interessam. É o momento de fazermos mais com menos.

5.     Quais as mais recentes novidades em produtos e equipamentos para higienização hospitalar?

As mais recentes novidades já encontradas em hospitais brasileiros são os monitores de limpeza ambiental, que avaliam e monitoram a limpeza de superfícies, garantindo um padrão de qualidade na limpeza e desinfecção de superfícies. Embora muitas instituições já usufruam desta tecnologia, a maioria dos serviços de saúde ainda desconhece. Quantos aos produtos, temos o grande avanço proporcionado por desinfetantes que dispensam o enxague, eliminando assim etapas da limpeza e aumentando a produtividade e diminuindo o consumo de água. Além disto, não podemos esquecer os equipamentos que realizam limpeza e desinfecção através do vapor e de alta temperatura, dispensando a utilização de químicos.

Silvana Torres